Corpo independente da ''verdade''.



O meio social usa suas construções culturais mais disseminadas e o senso comum como sempre,  ajuda a construir um tipo de consciência cega e surda que tenta condicionar as escolhas de cada indivíduo a vida inteira, mas veja só que inusitado: aquilo que o ser humano foi selecionando como comportamentos mais apropriados, mais bem vistos, mais éticos, cria um padrão, subjugando o próprio ser humano.
A conversa fica tensa quando alguém disse que mulher tem que ser magra para ser bonita – o que, por exclusão, faz com que a mulher que não é magra seja feia – e os homens acabaram concordando – já que, sortudos, não é o peso deles em questão.

Mas estas mesmas mulheres muitas vezes não conseguem assumir o significado da tal magreza para elas mesmas, porque toda essa influência padronizada é tão grande na sociedade como um todo, que você não chegar bem a parar e pensar a respeito: você só não quer se sentir feia, e alguém disse que não ser magra é ser feia, então o melhor é ser magra mesmo.
Algum dia você parou para pensar por que quer ser magra, se é que quer ser magra? Ou o que é ser bonita? Ou por que quer ser bonita para os outros? Não há resposta certa, e não há resposta errada. Mas tem algo de muito importante nestas reflexões: os padrões, que estão lá, já prontinhos, feitos sem pedir nossa opinião, e que muitas vezes nem sequer percebemos, porque são tão entranhados e presentes, que parecem ser a verdade absoluta. 
Pensar estes padrões e, claro, questioná-los, é importante para tentar não dar tanta importância para eles durante todo nosso tempo, deixando que guiem nossas vidas, mesmo que, como eu sei, e você também sabe, somos acostumadas a isso desde tão cedinho, logo lá na infância. É importante notar que padrões são aglomerados de conceitos e comportamentos que se repetem, e que podem ser aderidos por quem se interessa por eles, mas não podem ditar a vida de uma menina e fazê-la sentir-se inferior porque não se encaixa neste padrão – isto sim é muito errado.
Comportamentos semelhantes unem pessoas,  e por estarmos com  cabeça afundada nesta lama de convenções sociais, quando menos  percebemos já absorvemos muitos gostos, neuras e preconceitos, mesmo sem concordar conscientemente com eles.  Apesar de não ser nada difícil perceber que quem se enquadra na maioria dos moldes são poucas pessoas, muitas vezes continuamos insistindo neles e nos forçando a entrar nisso tudo que existe por aí, e que sempre vai existir, numa sociedade que dá mais atenção aos padrões de exceção do que deveria.Então, se você não se enxerga tentando o tempo todo caber em um molde que alguém inventou que é certo, mas quer ter o cabelo liso e loiro, vá em frente. Mas é sempre bom ter a consciência de que todo comportamento, todos estes padrões, não passam de escolhas a seu dispor, dentro de um infinito de outras possibilidades, e aqueles que são impostos como únicos, necessários e obrigatórios, como o da magreza, não o são, e sua felicidade não está atrelada a isso.



Super Beijo!
 photo lok.jpg

Share:

0 comentários

Suas palavras são importantes para mim.Obrigada!