Educação sexual para prevenir, contraceptivo para não engravidar e aborto seguro para não morrer.









Eu sou a favor do aborto, seguro. Para contradizer a afirmação do momento: “ninguém é a favor do aborto, mas sim a favor da legalização”.

Não sou pró legalização. Sou contra a criminalização social.
E triste mas o Estado e suas leis reconhecidamente não funcionam, todas as pessoas as burlam em algum nível. Racismo é crime e as pessoas continuam a cometer indiscriminadamente, o próprio Estado mata preto pobre todos os dias...
Pedir as bençãos ao Estado é realmente o caminho? Não acredito neste caminho.Compreendo que vivo, totalmente obrigada, dentro do sistema opressor e sigo obrigada a seguir leis, talvez a legalização reduziria ao menos a perseguição criminal das mulheres, mas não resolverá a perseguição , julgamento moral e físico, e passará a ser de forma velada e mais difícil de combater. Mulheres que passam por abortos, provocados ou espontâneos, são tratadas nos hospitais como monstros, como assassinas, as pessoas ao redor as julgam, apontam, criticam e massacram, esta consciência de que é errado e pecado é incutida desde a mais novos para poder condenar caso passe por isso. Legalização mudará isso? Duvido.
Quando se debate a questão, entre mulheres, a primeira afirmação que ocorre com a maioria delas é de que afirmam que “eu jamais faria, mas não recrimino e acho que deve legalizar” e as que chegam ao cúmulo de declarar “não seria capaz de fazer essa atrocidade, mas sou a favor da legalização”,que hipócrita é a fala, pois diz me distancio e me diferencio das “criminosas que cometem atrocidades mas digo pra ficar bonitinho que de estou ao lado delas e as acolho”? Julgamento continua existindo. Legalização não mudará isso.
Mulheres exibindo suas gestações para se declarar a favor ou contra o aborto como a alguns meses em redes sociais e suas lindas barrigas indo direto como um soco no estomago das mulheres que abortaram  como um “olha, eu amo meu filho, você não”, “sou superior a você pois eu assumo meus atos, você não, sua covarde”. Assim que se ama o próximo, sério mesmo? Mulheres possuem este discurso nem apoiam realmente a legalização, reproduzem este discurso para não ficar feio, não parecer que são reacionárias ou fanáticas religiosas, e se questionadas a sairem do muro, se posicionarão totalmente contra o aborto. 


 Você sabe quando passaram interferir nesse processo feminimo?
A partir do século XVIII, com as descobertas científicas e conhecimentos médicos e a afirmação dos Estados Nacionais com a Revolução Francesa, a mulher começou a perder o conhecimento sobre os saberes do corpo e, especialmente, dos saberes ligados à reprodução infelizmente. Assim as visões sobre gravidez, parto e aborto também vão se alterar. O feto começou a ser considerado como entidade autônoma, o que traz consequências tanto para as reflexões da Igreja como para o Estado. As conquistas científicas do século XVII e XVIII vão influenciar a demografia e a política do Estado quanto ao papel da mulher e sua importância para a reprodução de futuros cidadãos. O papel das parteiras tradicionais também é alterado e e passam a ser o bode expiatório do grande número de mortalidades maternas e elas passam a receber treinamento de médicos e seu campo de ação diminui . Ao mesmo tempo em que era desenvolvido esse processo, passa a ser perigoso para a saúde as práticas (de parto e aborto) quando realizadas pelas próprias mulheres ou pelas parteiras não capacitadas, agravando o risco para a vida da mãe, além do estabelecimento de punições para a prática do aborto. Durante o século XIX e entrando pelo século XX, o Estado passa a tutelar o nascituro e a reprimir o aborto. A diminuição do número de nascimentos no início do século XX exige dos Estados a tomada de decisão sobre o aborto. As primeiras legislações sobre aborto aparecem de forma sistemática no século XX, com a definição e penas para esse crime. Surgem nesse período pessoas capacitadas para realizar o aborto, mesmo sendo a prática ilegal, de forma mais segura do ponto de vista da saúde, mas que não elimina o risco de penalidades.
 (História do aborto - Giulia Galeotti).
Eu a pouco tempo atrás ainda tinha o discurso pró legalização. Agora penso de outra forma. A conscientização e mudança de visões, um melhor esclarecimento das pessoas, a não imposição de dogmas e crenças sobre as outras pessoas, respeito, amor e solidariedade , mudará isso, não o Estado e suas leis.De nada adianta instituir ordens se a sociedade não se alterar.
Educação sexual para prevenir, contraceptivo para não engravidar e aborto seguro para não morrer.

                                                          Super Beijo!
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